Evoé
Noites escritas em letras e vinho Ocultas do luar por paredes e teto Povoadas por amantes, brindadas a Baco Com corpos nus, na cúmplice busca do gozo Ao sabor um do outro, pele, mucosas, dentes e línguas Numa dança lúbrica, entre contrações e gemidos E pelas frestas da persiana, invasivos e reveladores Fiapos de luz banham os dorsos suados com invejoso luar Como fustigados fossem por Selene, em triste solidão Pelo pecado do êxtase que teimavam em ostentar Entre idas e vindas, dentro e fora de si, em corpos e sentidos Qual siameses com a promessa de uma infinitude efêmera ...