Quatro cantos

                                 I

Na dúvida imerso, em gestos e olhares
Ocultos na penumbra, de luz e pensamentos
Carícias, palavras, sentimentos e más intenções
Decretam a capitulação da razão à volúpia.

                                 II

No Olimpo do desejo, a virtude é esguia
Desvelando segredos tornados fetiches
Sob as bênçãos de Baco, cortejando Diana
Brindando o pomo de Adão ao monte de Vênus

                                 III

Corpos se consomem, em luxúria imolados
Percutindo mãos, em portentosas carnes
E unhas riscando poemas erráticos
Em peles suadas, quais páginas borradas

                                 IV

O élan se esvai ante o advento do êxtase
Promessa do fastio que sucede o gozo
Para então merecer o expurgo do éden
Rumo à terra arrasada da paixão levada a termo.

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