Noctívago
Nas sombrias veredas da noite
Ecoam sussuros de pretérita dor
E o pavor enregela meu sangue
Quando soa o azucrim do infesto
No arvoredo busco refúgio
Entre caules, nas sebes intrincadas
Que bruxuleam enquanto escafedo
Como que saudando meu infortúnio
Olhos no escuro me fitam
Fazendo o coração disparar
Com os gritos de horror que ecoam
E o perfume da morte no ar
No véu rasgado da escuridão
O nefasto se fez presente
Não há refúgio nem salvação
Apenas o fado que mereci
Prostrado, suspiro e me rendo
Tornando o medo em placidez
Pois este mundo atro e insano
Minha morada haverá de ser.
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